Parceria entre Brazil Iron e CBPM inclui construção de ferrovia e planta siderúrgica, com atenção especial às comunidades quilombolas e sustentabilidade ambiental
A Brazil Iron e a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) firmaram uma parceria para um grande projeto de extração de minério de ferro na Chapada Diamantina, na Bahia. Avaliado em US$ 5 bilhões, o projeto inclui a construção de uma ferrovia e uma siderúrgica até 2028. Ele promete trazer investimentos direcionados à economia local, beneficiando o terceiro maior polo mineral do Brasil, de acordo com o site Notícias de Mineração.
A CBPM, estatal de pesquisa mineral no estado, atuará como consultora da Brazil Iron. A empresa ajudou a mediar as relações entre a mineradora, o governo e a sociedade civil. O objetivo é garantir um avanço sustentável e respeitoso com as comunidades quilombolas próximas à área de exploração de minério de ferro.
Parceria responsável e inovadora
O projeto de minério de ferro se destaca não apenas pelo tamanho, mas pelo modelo de atuação da CBPM. Pela primeira vez, a estatal atuará em um papel consultivo e logístico. Ela será responsável por apoiar desde as questões burocráticas até o relacionamento com as comunidades locais. Henrique Carballal, presidente da CBPM, afirmou que a parceria representa uma mudança de filosofia na companhia. Durante 52 anos, a empresa se dedicou exclusivamente à pesquisa mineral de minério de ferro.
“A CBPM assumiu a responsabilidade de garantir que o projeto avance de forma responsável, com foco nos interesses do estado e das comunidades locais”, afirmou Carballal. A estatal ajustou sua atuação para seguir critérios rigorosos de sustentabilidade. Isso é especialmente importante para o respeito às comunidades quilombolas que vivem perto da mina Fazenda Mocó, em Piatã.
Impacto econômico significativo
O projeto também promete gerar grande impacto econômico. Emerson Souza, vice-presidente de Relações Institucionais da Brasil Iron, estima a criação de 55 mil empregos diretos e indiretos. Além disso, a empresa projeta uma receita tributária de R$ 47 bilhões para o estado da Bahia nos próximos anos.
“Esse projeto de minério de ferro não é apenas um investimento econômico. Ele representa uma oportunidade de desenvolvimento para a região. A participação da CBPM nos ensina a importância de manter um relacionamento transparente com as comunidades locais”, destacou Souza. Nos projetos de minério de ferro anteriores, a falta de diálogo com as comunidades quilombolas gerou conflitos. Assim, o foco agora é evitar esse tipo de problema e garantir uma maior colaboração.